domingo, 28 de março de 2010

Vicente Leporace

Nascido em São Tomas de Aquino/MG em 26 de janeiro de 1912, Vicente Leporace foi sem dúvida um dos mais discutidos profissionais do rádio brasileiro.
Em 3 de setembro de 1937, a Rádio Atlântica de Santos imaugura o 'Teatro de Antena' apresentando um jovem rádio ator vindo da PRB-5 Rádio Clube Hertz de Franca - SP, estaria surgindo então o grande Vicente Leporace.
Em sua longa carreira pelo Rádio ele atuou como redator, locutor, programador, discotecário, radioator; apresentador de televisão "Apresentando com Clarice Amaral no Canal - 7 a Gincana Kibon"foi tambem ator de cinema atuando nos filmes em 1947 o "Luar do sertão",
1950 "A vida é uma gargalhada", 1952 "Sai da frente", 1953 "Sinhá moça", "Uma pulga na balança", "Nadando em dinheiro", 1954 "Na cena do crime", "É proibido beijar", 1955 "Carnaval em Lá maior" e 1971 "O gigante, a hora e a vez do cinegrafista".
Atuou tambem em 1966 na novela "Redenção" com o papel de Carlo.
Em 1941 foi convidado por Blota Junior a atuar na sua amada cidade Franca voltando assim a ecoar sua voz à Rádio Clube Hertz de Franca, ficou por la até o final de 1950, quando em 1º de abril de 1951, lançou-se pela ondas da PRB-9 a Rádio Record de São Paulo passando então a apresentar o 'Jornal da Manhã' um informativo de meia e meia hora que ele mesmo produzia e apresentava.
Depois de onze anos, ele transfere-se para a PRH-9 a Rádio Bandeirantes de São Paulo onde lançou a grande paixão da sua vida o programa 'O Trabuco' vale ressalta aqui que em alguns livros relatam que a saída de Leporace da Rádio Record foi por questões salariais' mas já passado quase 48 anos não nos cabe julgar mas só destacar um pouco dos acontecimentos de sua carreira.
O programa 'O Trabuco' 'era um informativo diário que veiculava os fatos importantes do país e junto ele expressava sem medo seus cometários e críticas.
Vicente Leporace assumia toda a responsabilidade sobre seus ditos ele sem dúvida nenhuma tornou se o defensor dos menos favorecidos. Uma vez questionado porque o "Trabuco" ele explicou que não se tratava de uma alusão a uma arma de ataque e defesa e sim pela corruptela nascida na Calábria, terra de seus pais, que, estando dominada por tropas inavasoras, seus habitantes ao trocarem informações utilizavam-se do método de boca a boca, originando o neologismo "trabuque" entre boca, ou o que não podia ser dito em voz alta.
Leporace muitas das vezes apresentou seu programa sob mira de fortes armas de fogo . mas eles viviam o regime militar de 64, ele foi se dúvida nenhuma um dos maiores frequentador da extinta Delegacia o DOPS, Delegacia de Ordem Política e Social.
Mas toda esta pressão nunca o intimidou, a sua coragem e seu desprendimeto o tornou um ícone na radiodifusão e não podendo esquecer de ressaltar seu amor à causa pública um defensor dos príncipios morais e éticos.
Em 1969 apresentou pelo canal de Tv Bandeirantes o jornal "Titulares da Notícia" ao lado de grandes nomes como: Maurício Loureiro Gama, José Paulo de Andrade, Murilo Antunes Alves, Lourdes Rocha.
Vicente Leporace faleceu em São Paulo em 16 de abril de 1978, deixando sem dúvida uma enorme brecha no rádio e na comunicação  brasileira.
Ele morreu sem concretizar seu maior sonho em editar um jornal em Santo Amaro - SP, um jornal que circularia diariamente que chegou a ser constítuido e registrado como "O Trabuco" mas infelizmente sonho este que nunca chegou as bancas.
Como diria nosso grande Leporace "Assino e Dou Fé!".


Fontes: (Histórias que o rádio não contou . Reynaldo C. Tavares . Ed. Harbra ed. 2º)


domingo, 14 de março de 2010

José Abelardo Barbosa de Medeiros

José Abelardo Barbosa de Medeiros "o Chacrinha" como era conhecido nasceu em 30 de setembro de 1917, em Recife Pernambuco. Descendente de uma família modesta sonhava com a profissão de médico, profissão esta que iniciou em meados de 1936.
Antes de iniciar o curso de medicina Abelardo serviu ao Exercíto onde falsificou a data de nascimento da cédula de identidade e acabou ingressando no Tiro de Guerra, após esta experiência foi tocar bateria.
Em 1938 já estudando medicina Abelardo sofreu uma grave crise de apendice supurada e gangrenada e foi salvo pelos amigos já médicos.
Depois deste episódio decidiu viajar como músico num navio com destino a Alemanha, porém naquele dia estourou a Segunda Guerra Mundial, sendo então obrigado a desembarcar na antiga capital federal no Rio de Janeiro.
Segundo Nelson Ferreira a viagem que Chacrinha pretendia fazer serveria para restabelecer um tempo já que teria perdido o semestre no curso de medicina.
No desembarque na cidade maravilhosa Abelardo sentiu que nunca mais voltaria para sua querida Pernambuco, ele instalou - se num fundo de um porão na rua Candido Mendes, 56 e matriculou - se na Escola de Medicina Ani Mariano.
Mesmo diante de vários problemas e desafios a sua professora Magdala da Gama de Oliveira conseguiu arrumar um quarto numa república na Casa do Estudante do Brasil onde de forma mais humana e digna passou a residir.
Abelardo de tantos projetos e anseios acabou se deparando com uma triste realidade mesmo com auxilio de sua mãe mas praticamente sem dinheiro ele viu seu sonho em ostentar um diploma médico acabado.
Aqui começa a história do maior gênio que a televisão brasileira teve em toda sua história.
Abelardo passou muitas noites pensado em que ia fazer, ele então decidiu seguir seu coração ficando definitivamente certo de que o rádio seria seu único caminho.
Decidido Abelardo começou a frequentar os principais corredores das emissoras radiofônicas do Rio de Janeiro ele tentava, buscava, insistia junto aos dirigentes das rádios na época.
Até que em meados de 1940. Abelardo estreiou na PRE-2 Rádio Vera Cruz, como locutor comercial no mesmo ano seu conterrâneo Fenando Lobo o levou para  PRG-3 Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde além de locutor ele passaria a acumular mais uma função a de discotecário e cobrador do "Programa Paulo Gracindo"; ele acabou ficando pouco tempo na rádio Tupi carioca, onde em 1942 surgiria assim a figura "Chacrinha" foi pelas ondas da Rádio Fluminense que Abelardo iniciaria sua mais nova e marcante carreira.
Como surgiu a figura Chacrinha?
" A Rádio Difusora Fluminense localizava-se numa chácara que ficava afastada do centro de Niterói; à Rua General Pereira Silva, 73, onde, além dos estúdios e escritórios, existia uma variada plantação de frutas, verduras e legumes, que nas horas de aperto, ajudava nas refeições...
Mas por que Chacrinha? Insistimos...
Nas horas de folga quem cuidava da chácara era eu mesmo, precavendo-me contra a possível falta de ter onde e o que comer... Estava tudo ali, bem na minha frente... A terra, os ingredientes e a vontade de trabalhar...
As gravadoras costumavam editar seus suplementos carnavalescos no mês de outubro e, como o carnaval ainda não havia se profissionalizado, os desfiles e os bailes eram uma autêntica explosão de alegri, com músicas que se tornaram eternas, verdadeiras preciosidades do nosso cancioneiro popular, retratando nossos hábitos e costume de maneira engraçada, com sátiras antológicas, nada apelativas, criada por uma verdadeira legião de compositores e intérpretes..."

Fonte: Trechos tirados do Livro Histórias que o Rádio Não Contou - Reinaldo C. Tavares - Ed. Harbra - 2º edição - ano 1999

Mas onde entra o 'Chacrinha' nisso tudo?
Rapidamente percebi que com sucessos como Cidade Maravilhosa, de André Filho, Mamãe eu quero, de Jararaca e Vicente Paiva, Tourada de Madri e Yes Nós Temos Banana, de João de Barro e Alberto Ribeiro, Com Que Roupa, Feitiço da Vila, Três Apitos, e Conversa de Botequim, de Noel Rosa e Vadico, Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, Ai Que Saudades da Amélia, de Ataulfo Alves e Mário Lago, Pastorinhas, de João de Barro e Noel Rosa, A Jardineira, de Benedito Lacerda e Humberto Porto, Aurora, de Mário Lago e Roberto Roberti, Camisa Listrada, Cai Cai Balão e Brasil Pandeiro, de Asiis Valente, Pierrô Apaixonado, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, O Teu Cabelo Não Nega, de Lamartine Babo e Irmãos Valença, Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, O Que É Q ue a Baiana Tem, de Dorival Caymmi, Caramuru, de Nássara e Sá Roris, O Passarinho do Relógio "Cuco", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, Linda Flor (Ai Ioiô), de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto, Pra Você Gostar de Mim (Taí), de Joubert de Carvalho, Querido Adão, de Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago, Periquitinho Verde, de Nássara e Sá Roris, Upa!... Upa!... (Meu Trolinho), de Ary Barroso, Nega Maluca, de Evaldo Ruy e Fernando Lobo e muitos outros.
Abelardo começa seu novo programa na Rádio Difusora de Niterói, nasce então o 'O Rei Momo na Chacrinha', mas algum tempo depois Abelardo cria o 'Cassino do Chacrinha' que ia ao ar todas as noites das 23h até a 1h da manhã.
Abelardo fazia seu program num estúdio muito apertado e pouco ventilado, mas produzia um programa fantástico um verdadeiro show com muita musica, entrevista mexia sem dúvida com a imaginação dos ouvintes. Era tudo vivo naquele horário os telefones da rádio ficavam congestionados. A expressão 'Chacrinha' foi se incorporando e assim caminhando para um dos maiores comunicadores do rádio e da televisão. Por motivos técnicos a rádio onde 'Chacrinha' transmitia seu programa ficaria fora do ar por uns três dias para que assim pudesse se fazer manutenção em seus transmissores, foi quando o velho guerreiro trocou seu abafado estúdio para o Amarelinho uma espécie de café concerto situado no centro do Rio de Janeiro. Onde ficou marcado pelo encontro de Abelardo e Cesar Ladeira. O amarelinho era um bar onde os maiores artistas do rádio frequentavam, foi quando Cesar ladeira reconheceu o 'Chacrinha' e o convidou que se juntasse a eles numa mesa com varios artistas da época. Abelardo levou-se as lágrimas com os elogios de Cesar Ladeira.
Em 1945, Abelardo se transferiu para a Rádio Mauá e seu sucesso continuava crescendo, em seguida passou pela Rádio Guanabara e finalmente para a Rádio Tamoio.
O sucesso do Cassino do Chacrinha durou por longos tempos foi até 1955, quando no ano seguinte ele estreiou pela Tv Tupi do Rio de Janeiro com o programa 'Rancho Alegre'.
Trabalhou em seguida pela Tv Rio, Bandeirantes, Tupi de São Paulo e por fim Tv Globo. O programa Discoteca do Chacrinha foi um dos mais populares na televisão quebrando todos os recordes de audiência da história, vale destacar que seu jeito irreverente suas frases conhecidissimas como; "Eu vim pra confundir, não pra explicar." "Na TV nada se cria, tudo se copia." "Quem não se comunica se trumbica." "Terezinha, uuuuuuh!'.
Em 1968 foi criado o programa "Buzina do Chacrinha", na TV Globo. O apresentador também lançou diversos nomes da MPB em seus programas, contribuindo para a divulgação da música brasileira entre o grande público.

Na década de 1970, a censura passou a acompanhar de perto as atividades de Abelardo Barbosa. Apesar de adorado pelos fãs, Chacrinha também recebeu muitas críticas por sua atuação, considerada por alguns pornográfica (devido à pouca roupa das chacretes) ou alienante (por ser totalmente carnavalesco, sem compromisso com qualquer seriedade).
Abelaro Barbosa de Medeiros foi casado com Florinda Barbosa durante 41 anos. O casal teve três filhos: José Aurélio, Jorge Abelardo e Zé Renato.


Abelardo o 'Chacrinha' nos deixou depois de sofrer um infarto no miocárdio com 72 anos em sua casa.
Vale aqui notificar que nos seus 50 anos de Rádio e Televisão 'Chacrinha' administrou muito bem o seu comportamento e sempre teve cuidado nas elaborações do seu programa.
Foi sem dúvida o primeiro a ter o corpo de jurados em seu programa criação única do maior gênio da comunicação em massa no Brasil.








   








segunda-feira, 8 de março de 2010

Rádio Nacional



Há 34 anos, a Rádio Nacional lançava junto com a Philips do Brasil o disco dos 40 anos da rádio.


Este disco conta com a presença histórica de Luciano Perrone, Jorge Veiga, Heber de Bascoli, Dolores Duran, Reinaldo Costa, Jararaca e Ratinho, Francisco Alves, Lucia Helena, Aurélio de Andrade, Dalva de Oliveira, Renato Murce, Nora Ney, Saint Clair Lopes, Max Nunes, Cesar de Alencar, Emilinha Borba, Heron Domingues, Albertinho Fortuna, Paulo Gracindo, Angela Maria, Cauê Filho, Marlene, Lauro Borges, Castro Barbosa, Jorge Goulart, Cesar Ladeira, Adelaide Chiozzo, Carlos Matos e Camélia Alves.


Sem dúvida a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi a principal emissora radiofônica do País.